Caso Goleiro Bruno Ministério Público pede a prisão temporária do goleiro Bruno, do Flamengo

menor deixa a delegacia onde confessou ter agredido eliza dentro do carro de bruno / foto de custódio coimbra - o globo Ministério Público do Rio acolheu o pedido da polícia e já solicitou à Justiça a prisão temporária, por cinco dias, do goleiro Bruno, do Flamengo, acusado de ser mandante do sequestro de eliza samudio, sua ex-amante. Também foi pedida a prisão preventiva do amigo do goleiro, Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como Macarrão, suspeito de ser cúmplice. O depoimento que um primo do jogador, de 17 anos, prestou nesta terça-feira pode ajudar a esclarecer o desaparecimento de Eliza, que já dura quase um mês e no qual Bruno é suspeito de estar envolvido. Na Divisão de Homicídios, na Barra da Tijuca, o menor confessou ter participado do sequestro de eliza e dado coronhadas na cabeça dela. À policia, ele revelou que a jovem morreu, mas negou que seu golpe tenha sido a causa. Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, se condenado, o menor pode ficar internado por, no máximo, três anos. 
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 BRUNO(CRIMINOSO) E ELIZA(VITIMA)
O adolescente foi detido no início da tarde desta terça-feira na casa do goleiro, no condomínio Nova Barra Residence, no Recreio dos Bandeirantes, onde teria passado o fim de semana na companhia de advogados do atleta. Nessa versão, o jovem livra o goleiro da acusação de homicídio. A polícia chegou ao menor após um tio dele, motorista de ônibus que mora em São Gonçalo, procurar a Rádio Tupi e informar que o rapaz estava sendo mantido em cárcere privado na casa do goleiro. Três carros da DH chegaram ao condomínio por volta das 13h e demoraram cerca de meia hora no local. Bruno estava em casa.
ouça o depoimento do tio do menor à rádio tupi
Segundo o inspetor Guimarães, da DH, o menor confessou ter dado três coronhadas na cabeça de Eliza. Na versão do adolescente, a agressão ocorreu dentro do Range Rover do jogador, quando a jovem era levada para o sítio de Bruno, em Esmeralda, região metropolitana de Belo Horizonte, por Macarrão. Segundo o menor, ao descobrir que ele estava escondido no bando traseiro do carro, Eliza teria se assustado e tentado fugir. Foi quando ele desferiu os golpes. No Range Rover do goleiro, a perícia encontrou marcas de sangue que estão sendo analisadaspara saber se o material genético é semelhante ao da jovem desaparecida.
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Depoimentos se contradizem
Ainda de acordo com o menor, foi Macarrão quem articulou o sequestro, e não Bruno. Ele acusou o amigo do goleiro de ter "desossado" a jovem e dado seu corpo para cachorros comerem. Mas, no inquérito que corre em Minas, há testemunhas que relatam terem visto Eliza no sítio na data em que ela, por este novo depoimento, já estaria morta.
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Pela manhã, o tio do menor afirmou à Rádio Tupi que o sobrinho era a chave para esclarecer o crime. Ele disse que o pai do jovem é tio do goleiro:
- A chave toda é o menino. Ele já falou que vai dar tudo. A hora que polícia botar a mão no garoto, ele vai dar tudo. O problema é que tem que ser rápido porque o Bruno pode mandar o garoto pra outro estado - disse o tio. - A coronhada quem deu foi ele (o menor), que abriu o cérebro da garota, tá entendendo?
A entrevista do motorista complicou a situação do goleiro do Flamengo. Ele afirmou que Bruno deu R$ 3 mil para que Macarrão sumisse com o corpo de Eliza. Macarrão, por sua vez, teria chamado um outro amigo, identificado por ele como Clayton, que contratou traficantes de Belo Horizonte para dar fim ao cadáver. Na rádio, o motorista garantiu que o menor denunciaria todos os envolvidos no caso.
o chefe do departamento de investigações da polícia civil de minas gerais, edson moreira. foto de marcelo theobald/extra/agência o globo- A menina foi desossada, tá entendendo? O Bruno pagou três mil para um traficante. Esse cara transportou a garota para o traficante desossar. Tá enterrada. O garoto viu aonde tá, o garoto vai dar tudo. A garota foi desossada, enterram os ossos da garota e concretaram - disse ele.
Na entrevista, o motorista explicou que sabia da história porque o rapaz o havia procurado no sábado passado para contar como tudo acontecera. Neste mesmo dia, ainda segundo ele, Bruno ligou para o menor pedindo que ele fosse para sua casa. Desde então, o adolescente estava sendo mantido no condomínio do jogador, onde era orientado por advogados a dizer que tivera uma discussão com Eliza e dera um soco nela. O motorista disse que a família temia que o menor desparecesse. Porém, o advogado Monclar Eugênio Gama, que atua como assistente de Michel Assef Filho na defesa do goleiro do Flamengo, negou a acusação. Segundo ele, Bruno, que estava em sua residência no momento da chegada da equipe da DH, franqueou a entrada dos policiais.
O motorista mostrou-se emocionado durante a entrevista e justificou o motivo que o levou a fazer as revelações:
- Eu tô fazendo porque o sentimento é muito forte. A dor é muito forte. E o sangue que está no carro...
A reviravolta no caso que apura a suposta morte de Eliza fez com que todas as atenções ficassem voltadas para a Divisão de Homicídios, na Barra da Tijuca. À noite, o promotor Homero Neves, coordenador da 1ª Central de Inquéritos do Ministério Público estadual, chegou à delegacia para acompanhar o desenrolar das investigações. O grande número de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas no local fez com que policiais fechassem as portas da delegacia. Advogados que defendem Bruno estavam no local, mas não atuavam oficialmente em nome do menor.
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